Ter transparência na empresa também é expor como é a rotina da mãe.

Outro dia apresentei minha empresa para um amigo com quem já trabalhei. Ele é casado mas não tem filhos. Possui uma posição de liderança e tem várias mulheres abaixo dele. 

Ao final da apresentação ele ficou chocado. Falou que tinha aprendido várias coisas sobre maternidade durante a pandemia – já que a exposição de nossas vidas “privadas” (e digo isso literalmente quando alguém escuta um “mãe, vem me limpar” no meio da reunião) não está mais tão privada assim – mas que não tinha ideia de que metade das coisas que eu tinha falado para ele que minha empresa ajuda a resolver. 

O objetivo desse texto não é fazer uma propaganda do que minha empresa oferece (mas se quiser saber, me manda uma mensagem), mas falar sobre o olhar do outro em relação a nossas vidas. 

E associei essa situação com uma pergunta que foi feita para mim em uma das tantas lives que fiz nessa quarentena: como falar para o chefe machista que eu não posso fazer algo. 

A resposta é simples, ainda que não seja fácil: falando. 

Enquanto não expusermos quem somos, o que faz parte da nossa rotina, quais são nossa necessidades e desejos o outro não vai conseguir nos agradar.

Fale que seu filho está doente e que você não está com a cabeça muito boa pensando nisso; fale que precisa sair as 18h pois precisa pegar seu filho na escola.

As vezes aquela pessoa homem nem é machista por ser. Ele apenas segue um fluxo de sua vida, pautado no que chega para ele. E se você não levar essa informação, ele nunca a terá e não vai conseguir olhar por outro ângulo. As vezes, é apenas falta de conhecimento. 

Por isso, não tenha medo, fale. Sim, sei que as vezes nada vai acontecer e ele pode continuar fazendo as mesmas coisas, mas daí, talvez seja o momento de você perceber que essa não é a empresa, ou a área ideal para você trabalhar, e começar a buscar outras alternativas que possam conciliar todas as áreas da sua vida!

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A assistência materna vai muito além de um programa do RH.